


O verme, Dicrocoelium dendriticum, do género das fascíolas, quando em adulto, aloja-se na vaca. Os caracóis comem as fezes dos ruminantes e chocam os ovos da fascíola. Os parasitas abrem túneis nas paredes intestinais dos caracóis e instalam-se na glândula digestiva, eclodindo aí os seus ovos, que sobem à superfície do corpo do molusco. O caracol, como defesa, envolve os parasitas em bolas de muco, expelindo-as posteriormente.
É a hora das formigas, que comem o muco com centenas de fascíolas. Os Dicrocoelium dendriticum alojam-se no intestino da formiga, e a maior parte, acaba por se disseminar por todo o corpo, inclusivé pelo cérebro. Uma vez no cérebro da formiga, os vermes instalam-se e passam a comandá-lo, fazendo com que, ao final da tarde, o insecto se afaste do formigueiro e suba para uma folha. Sem poder controlar a própria vontade, as formigas esperam ser devoradas por uma vaca ou outro animal herbívoro.
Se a formiga passar a noite inteira sem ser comida, ao nascer do sol, as fascíolas deixam-na abandonar a folha e voltar para o formigueiro. O sol forte mataria o hospedeiro, e o parasita junto com ele. Durante o dia, a formiga tem o comportamento de um insecto normal. No fim da tarde, quando volta a escuridão, aformiga transforma-se de novo em zombie e vai para cima da folha. Até que um dia conseguirá ser devorada. E fecha-se o ciclo. A fascíola de novo no estômago de uma vaca." (in superinteressante ediçao 158)